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26 de junho - Dia Internacional contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas-


Em 26 de junho 1284, a cidade de Hamelin estava sofrendo com uma infestação de ratos. Um dia, chega à cidade um homem que reivindica ser um "caçador de ratos" dizendo ter a solução para o problema. Prometeram-lhe um bom pagamento em troca dos ratos - uma moeda pela cabeça de cada um. O homem aceitou o acordo, pegou uma flauta e hipnotizou os ratos, afogando-os no rio Weser.

O flautista de Hamelin (ilustração de Kate Greenaway)
Apesar de obter sucesso, o povo da cidade abjurou a promessa feita e recusado-se a pagar o "caçador de ratos", afirmando que ele não havia apresentado as cabeças. O homem deixou a cidade, mas retornou várias semanas depois e, enquanto os habitantes estavam na igreja, tocou novamente sua flauta, atraindo desta vez as crianças de Hamelin. Cento e trinta meninos e meninas seguiram-no para fora da cidade, aonde foram enfeitiçados e trancados em uma caverna. Na cidade, só ficaram opulentos habitantes e repletos celeiros e bem cheias despensas, protegidas por sólidas muralhas e um imenso manto de silêncio e tristeza.
E foi isso que se sucedeu há muitos, muitos anos, na deserta e vazia cidade de Hamelin, onde, por mais que se procure, nunca se encontra nem um rato, nem uma criança. (Irmãos Grimm)





 26 de Junho de 1964, Os Beatles lançaram o álbum A Hard Day's Night nos Estados Unidos.








Ela, a timidez (pensamento do dia)

Timidez é normal e evita que se cometam excessos. É uma espécie de freio, que só se transforma em problema quando está muito puxado e não deixa a vida andar.


ELA, A TIMIDEZ


Acreditava que por timidez  é que escrevia,
Por não saber falar,
Pelos obstáculos de encarar a verdade 
Que me atormentava,
Abalava, sacudia.
Do receio de abrir a sua boca. 
Muitos crêem que escrevem por covardia
Me declarava para quem gostava do papel, 
E não pela pele, 
Nas cartas de amor, que fazia.
Mesmo que as folhas fossem
Feitas da pele de um figo. 
O figo, bem como a poesia, 
É descascado com as unhas,
Dispensando facas e canivetes.


Não consigo descascar laranjas 
E olhos com minhas unhas,
Mas sim com meus dentes. 
Com minhas mãos, 
Posso descascar a boca do figo 
E o figo da boca, mais nada. 
Pensei mesmo que escrever fosse uma fuga,
Pedra estranha, silêncio dissipado,
Um subterfúgio,
Que não assumia uma postura
E procurava me esconder,
Me retirar,
Reduzir. 


Não.
Escrever é queimar o papel de qualquer forma.
Desde o inicio, a maior coragem,
Nunca uma renuncia, 
Nunca um retrocesso, 
Mas sim progressão e crédito.
Não falar de si, mas falar como se fosse outro.
Deixar o retiro da voz 
Para fazer letra acompanhada, 
Emendada.


Sempre dependendo da próxima palavra
Para alongar a respiração.
Baixa-se o rosto para elevar o verbo.
É necessário muito mais coragem para escrever
Do que falar,
Porque a escrita não depende somente do poeta. 
Nasce no momento em que a poesia é lida.