“Depois de algum tempo,
você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma
alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem
sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes
não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e
olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.”
William Shakespeare (mais)
Não lhe parece engraçado, por
um momento tudo é tão lúdico, surreal e maravilhoso. De repente num piscar de
olhos, algo muda e você passa a ter uma alteração da percepção da realidade? Sua
alma passa do estágio do sentir ao de enxergar, onde em determinadas situações o
seu corpo era quem comandava esse momento de total escravidão, de ser o objeto
do prazer. Essa percepção de uma
realidade às avessas é muito comum logo após passarmos por uma situação de
frustração de perder algo, ou alguém. Observe por exemplo o prazer de alguém
bebendo, socialmente, uma bebida alcoólica. Naquele instante o prazer comanda
todo o seu ser, a liberdade das criações, da realidade distorcida, são projetadas
na mente, e este passa a ter a sensação de bem estar. Isso acontece também aos
enamorados, substâncias químicas que começam a agir e transformar o corpo,
levando à mente a busca do prazer. Quando esse sentimento termina, o corpo
começa sentir a falta e passa a solicitar à mente que o guie em busca de mais
prazer. Nessa abstinência química o corpo passa a procurar insanamente a mesma
droga, ou uma mais potente para substituir a ânsia que a falta daquela lhe faz.
Se neste período sua alma tomar a direção do corpo novamente, o ser conseguirá
olhar além e ver que o abismo não passa de um degrau onde bastará apenas firmar
os pés e continuar a subir, do contrário o corpo o guiará aos prazeres maiores
que só os que estão no abismo experimentam para se deixar sucumbir.