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Tibilk



Sebastião não sofre pelas borboletas viverem apenas poucas horas. Afinal, esse lance de tempo são apenas doutrinas e convenções, criadas por homens desesperados que se esqueceram de viver, tentando buscar a eternidade. 
Sebastião esquece o Meridiano e os trópicos, linhas imaginárias, imaginados para limitar a vida de quem apenas espera o tempo passar.
Olha por sobre o vale que tanto o encanta, nem é tão longe. Contudo, para chegar até ele, é preciso pegar o caminho das pedras, e Sebastião não sofre por isso. Ao contrário, sorri calado, pagando a pena, pois ela vale cada passo dado. 
Sebastião, alheio à minha peregrinação até a cidade das pedras, desce até o vale onde as borboletas vivem. Iguais a Sebastião, caladas, gozam cada instante. Sopro de vida a voar pelo vale.
Com suas asas silenciosas pousam, voltam à terra de onde saíram, e se deixam alimentar em um novo suspiro.
Sebastião sorri, volta para o caminho das pedras. Corro e o acompanho, pois também compreendi porque as borboletas não cruzam oceanos e as crianças não caem do céu.

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