Nietzsche dizia que é preciso ter o caos dentro de si para dar à luz uma estrela dançante. Pois bem: o Dia 9 não é sobre desistência — é sobre criação. Finalizar é o ato supremo de quem ousa afirmar a própria vontade diante do peso do mundo. É recusar-se a ser servo do que já não pulsa. Deixar morrer o que não vive é um elogio à vida.
Projetos inúteis, ideias arrastadas, pendências que se amontoam como espectros nos bastidores da mente... tudo isso intoxica. A manutenção do inacabado é uma forma sutil de covardia. Quem não tem coragem de dizer "basta" a si mesmo, jamais dirá "sim" à liberdade. Em um mundo em que tudo quer durar, encerrar é um ato revolucionário.
Nietzsche também nos ensinou que só quem é capaz de destruir, é capaz de criar de novo — mais forte, mais alto, mais seu. O botão vermelho não simboliza o fracasso, mas sim o nascimento do _Übermensch_ que toma as rédeas e expurga o desnecessário. Riscamos o que atrasa não por ódio, mas por fidelidade ao que ainda pode florescer.
Dia 9 é isso: um ritual filosófico e feroz. Um hino aos que não arrastam carcaças. Aos que têm coragem de cravar o ponto final como quem abre um novo parágrafo na própria existência. Porque terminar é, em essência, o mais ousado recomeço.
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